Redução da participação do dólar nas reservas globais
De acordo com pesquisadores da Brookings Institution, um dos principais problemas que ameaçam a posição de liderança do dólar é o declínio gradual de sua participação nas reservas globais. Nas últimas décadas, o uso do dólar nos mercados financeiros internacionais tem diminuído constantemente. No entanto, o dólar ainda domina as reservas dos bancos centrais e o comércio global. No início de 2024, o dólar representava 59% de todas as reservas globais, em comparação com 71% em 1999. Esse declínio gerou preocupações entre os investidores de que o dólar poderia perder sua posição de destaque nos mercados financeiros globais. Entretanto, a maioria dos especialistas concorda que um cenário catastrófico é improvável.
Sanções dos EUA
Nos últimos dois anos, as sanções dos EUA, direcionadas principalmente à Rússia e seus aliados envolvidos no conflito Rússia-Ucrânia, foram rigorosamente aplicadas. Essas medidas impulsionaram a desdolarização entre as nações do BRICS e outros países cujos líderes expressaram o desejo de se afastar do dólar americano. Em particular, a Rússia tomou medidas para desdolarizar sua economia, concentrando-se na taxa de câmbio yuan-rublo e liderando a criação de uma plataforma de pagamento alternativa ao dólar. A China seguiu um caminho semelhante, em parte em resposta às sanções adicionais recentemente impostas pelo Departamento do Tesouro dos EUA. À medida que Pequim promove agressivamente o yuan nos mercados globais, os pesquisadores da Brookings alertam que, se os Estados Unidos continuarem a usar excessivamente suas sanções e não desenvolverem uma doutrina econômica coerente, o dólar poderá perder seu status de moeda dominante no mundo.Aumento da dívida nacional dos EUA
Avanços nas tecnologias de pagamento
Os avanços nas tecnologias de pagamento são considerados a terceira ameaça à hegemonia do dólar, de acordo com os analistas da Brookings. Um número crescente de ferramentas financeiras inovadoras está surgindo globalmente como possíveis concorrentes do dólar. Esse fenômeno pode reduzir a demanda pela moeda americana, que historicamente tem sido o meio de troca mais atraente. Embora o dólar mantenha seu status como o método de pagamento mais utilizado atualmente, essa situação pode mudar rapidamente. A força do dólar é em parte sustentada pelo fato de que a maioria das moedas nacionais está atrelada a ele. No entanto, existem riscos associados. Por exemplo, no futuro próximo, a China e a Índia podem optar por não converter suas moedas em dólares para o comércio, preferindo negociar diretamente o renminbi com a rupia indiana. A Brookings observou que essa mudança reduziria a dependência de "moedas de transporte", como o dólar.Moedas digitais do Banco Central (CBDCs)
Completando as cinco principais ameaças à hegemonia do dólar está o uso crescente de moedas digitais de banco central (CBDCs). Essas moedas digitais, emitidas pelos bancos centrais, têm o potencial de simplificar e reduzir o custo das transações financeiras. O governo chinês está atualmente desenvolvendo uma dessas CBDCs, enquanto o Sistema de Pagamento Interbancário Transfronteiriço da China (CIPS) tem ganhado impulso nos últimos anos. Por sua vez, o Federal Reserve criou sua própria rede de pagamentos instantâneos, mas fez pouco progresso no desenvolvimento de um CBDC. Os pesquisadores da Brookings alertam que essa abordagem pode deixar os Estados Unidos atrás de outras nações onde as tecnologias de pagamento digital estão avançando rapidamente. Apesar desses alertas, a maioria dos especialistas em moeda não vê a desdolarização como uma ameaça significativa para a economia dos EUA e sua moeda nacional. Atualmente, não existem concorrentes viáveis para o dólar nos mercados financeiros. Além disso, os analistas concluem que os países que buscam se desdolarizar podem enfrentar uma série de consequências econômicas negativas, incluindo desaceleração do crescimento econômico e perda de atratividade para investimentos.