Será que o domínio do dólar americano está novamente ameaçado? Jeremy Siegel, professor da Wharton School of Business, argumenta que o verdadeiro desafio à supremacia do dólar não vem dos países do BRICS, mas sim do Bitcoin, que, segundo ele, é a maior ameaça à posição global do dólar.
Recentemente, Siegel comentou sobre a proposta do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de impor uma tarifa de 100% sobre os produtos produzidos pelos países do BRICS caso tentem abandonar o dólar. O professor expressou ceticismo em relação a essa medida e questionou sua eficácia. Para ele, a maior ameaça ao dólar como moeda de reserva é o Bitcoin, que, como sabemos, tem o apoio de Trump. Ele considera estranho que as nações do BRICS estejam sendo pressionadas a abandonar a ideia de criar uma moeda de reserva alternativa, enquanto muitos países já estão apontando o Bitcoin como uma potencial substituição.
De acordo com analistas, várias nações já detêm e utilizam ativamente ativos digitais. El Salvador, por exemplo, comprou 6.175 BTC, no valor de US$ 547,3 milhões na cotação atual, e o governo dos EUA possui cerca de 207.000 BTC, avaliados em US$ 19,9 bilhões.
Se os governos começarem a investir pesadamente em ativos digitais, a primeira criptomoeda poderá, em um futuro próximo, rivalizar com o dólar americano como moeda de reserva global. Já existem discussões sobre essa possibilidade em países como Estados Unidos, Brasil, Polônia e Rússia. Em particular, as autoridades russas propuseram a criação de um fundo de reserva para criptomoedas mineradas no país, incluindo o Bitcoin. No entanto, Anatoly Aksakov, chefe do Comitê de Mercado Financeiro da Duma, se opôs à iniciativa, sugerindo que o BTC poderia ser considerado como ativo de reserva somente em um futuro distante, talvez daqui a 100 anos.
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