Donald Trump está prestes a cumprir suas promessas de campanha, implementando novas tarifas sobre produtos do México, Canadá e China. Segundo a Bloomberg, o presidente eleito anunciou, em 25 de novembro, suas intenções de impor tarifas adicionais: 10% sobre produtos chineses e até 25% sobre todas as importações do México e Canadá. Trump argumenta que essas medidas ajudarão a combater a imigração ilegal e o tráfico de drogas, além de incentivar a produção nacional.
Essas declarações provocaram reações negativas da comunidade internacional. Havia expectativas de uma abordagem mais moderada com a nomeação de Scott Bessint como Secretário do Tesouro, mas analistas acreditam que Trump não pretende recuar.
As previsões iniciais sugerem que as novas tarifas podem variar de 25% para baterias de automóveis a 100% para veículos elétricos, afetando setores como o automotivo e energético. Mesmo com as tarifas do primeiro mandato de Trump ainda em vigor, o presidente eleito anunciou planos de aumentá-las, chegando a 60% sobre produtos chineses e 20% sobre importações de outros países, reforçando sua promessa de transferir a manufatura de volta para os EUA.
Analistas consultados pela Bloomberg alertam que o aumento das tarifas nas importações mexicanas e canadenses pode prejudicar gravemente a indústria automobilística. O México, por exemplo, depende fortemente das exportações de eletrônicos, plásticos e produtos industriais dos EUA. Flavio Volpe, presidente da Associação Canadense de Fabricantes de Peças Automotivas, observou que as indústrias automotivas do Canadá e dos EUA são tão interconectadas que uma tarifa de 25% não seria sustentável.
Além disso, espera-se que as tarifas mais altas aumentem os preços da energia, incluindo petróleo e gás, que são as principais exportações do Canadá para os EUA. Wilbur Ross, ex-secretário de Comércio de Trump, alertou que as tarifas sobre as exportações canadenses de energia aumentariam os custos sem gerar mais empregos nos EUA.
O Institute of International Finance (IIF) compartilha uma perspectiva desanimadora. Em seu relatório, a organização alertou que as políticas tarifárias de Trump causarão disrupções nas cadeias de suprimentos globais e desaceleração econômica, com impacto especialmente forte sobre o México e o Canadá, cujas economias estão profundamente integradas aos EUA. O IIF também alertou que as tarifas, variando de 10% a 20%, poderão prejudicar o comércio internacional e exacerbar tensões comerciais, prejudicando o crescimento global.
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