A tendência de baixa ganhou impulso após a eleição presidencial dos EUA. O aumento do dólar e a redução nas compras de petróleo pela China superaram os riscos de fornecimento apresentados pela presidência de Donald Trump.
Os analistas observaram que a vitória do republicano desencadeou uma liquidação nos mercados de petróleo, com os valores do barril de petróleo caindo mais de US$ 2 devido à valorização da moeda norte-americana. Entretanto, mais tarde, os preços se estabilizaram, recuperando parte de suas perdas anteriores. Em 7 de novembro, os preços futuros do petróleo bruto Brent caíram 0,6%, para US$ 74,46 por barril, enquanto os preços futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate caíram 0,88%, fechando em US$ 71,06 por barril.
Os principais fatores negativos para os preços do petróleo incluem um dólar mais forte e o enfraquecimento da demanda por hidrocarbonetos. Do lado positivo, os especialistas destacam as sanções potencialmente mais rígidas contra o Irã e a Venezuela sob a liderança de Trump, bem como o conflito militar em curso no Oriente Médio. De acordo com Ole Hansen, analista do Saxo Bank, alguns desses fatores potenciais podem não ter um impacto imediato. No entanto, seu efeito coletivo está moldando o cenário atual, resultando em flutuações no preço do petróleo dentro de uma faixa estreita. No curto prazo, o petróleo Brent corre o risco de perder valor, a menos que haja uma escalada geopolítica significativa, acrescentou.
No curto prazo, a valorização do dólar e as mudanças no mercado chinês podem provocar flutuações rápidas e intensas nos preços do petróleo. No entanto, fatores geopolíticos, como as sanções ao Irã, têm um impacto mais duradouro e podem moldar o fornecimento global de petróleo por meses ou até anos.
Os estrategistas cambiais acreditam que a orientação geral da política de Trump favorece o crescimento dos negócios, apoiando assim a expansão econômica global e contribuindo para o aumento da demanda por petróleo. "Entretanto, qualquer interferência nas políticas de flexibilização do Fed pode levar a novos desafios para o mercado de petróleo", disseram os analistas da Phillip Nova.
Além dos fatores geopolíticos e cambiais mencionados, a demanda global também tem sido afetada por uma redução nas compras chinesas de 9% em outubro, marcando o sexto mês consecutivo de quedas ano a ano nas importações de petróleo. A redução nas compras de petróleo pela China pode ter um impacto direto nos produtores de petróleo de países como o Brasil e a Rússia, que dependem das compras chinesas para manter a demanda.
Muitos especialistas preveem que Trump restabelecerá a política de "pressão máxima", especialmente por meio de sanções mais severas sobre as exportações de petróleo do Irã. De acordo com a Energy Aspects, essa medida poderia reduzir o fornecimento de petróleo bruto em 1 milhão de barris por dia.
Para os consumidores, o aumento da cotação do petróleo pode traduzir-se em preços mais altos nos combustíveis e outros produtos derivados do petróleo, o que afetaria diretamente a inflação global. Assim, o impacto econômico se espalha tanto para produtores quanto para consumidores, criando um cenário volátil e desafiador para todos os envolvidos.
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