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FX.co ★ AUD/USD: não confie na alta temporária

AUD/USD: não confie na alta temporária

O relatório do mercado de trabalho da Austrália para setembro superou as expectativas, com quase todos os componentes apresentando resultados positivos, permitindo que os compradores do AUD/USD realizassem um movimento corretivo para a área de 0,67. No entanto, apesar do suporte temporário proporcionado pelo relatório de empregos, é arriscado planejar posições longas no AUD/USD. O relatório não será suficiente para sustentar um crescimento sólido no instrumento. Somente os dados de inflação poderão dar esse suporte ao dólar australiano, cujos números de setembro serão divulgados no final de outubro. O principal catalisador será o relatório trimestral do CPI, que determinará a perspectiva de médio prazo para o dólar australiano. Nesse cenário, o mercado de trabalho tem um papel relevante, mas secundário.

AUD/USD: não confie na alta temporária

De acordo com os dados recentes, a taxa de desemprego na Austrália permaneceu em 4,1%, contrariando a expectativa da maioria dos especialistas, que previa um aumento para 4,2%. O emprego cresceu em 64 mil vagas em setembro (previsão de 25 mil), o maior aumento desde fevereiro deste ano. Além disso, a composição desse crescimento foi impulsionada majoritariamente por empregos em tempo integral, enquanto os empregos de meio período tiveram um aumento mínimo (proporção: 51,6 mil/12,5 mil). É amplamente conhecido que os empregos em tempo integral oferecem salários mais altos e maior segurança social em comparação com empregos temporários. Esse fator influencia o crescimento salarial e, indiretamente, as tendências inflacionárias. Portanto, essa composição favorece o dólar australiano.

Além disso, a taxa de participação da força de trabalho aumentou para 67,2% (previsão de 67,1%), o maior nível desde novembro de 2023.

Em resposta à divulgação, o par AUD/USD registrou uma alta corretiva de 50 pips, atingindo 0,6713. Esse movimento é um rali significativo para o dólar australiano, após um longo período de queda ao longo de vários dias.

Analisando o gráfico semanal, o AUD/USD tem seguido uma tendência de baixa geral pela terceira semana consecutiva. Essa dinâmica não se deve apenas ao fortalecimento do dólar americano, embora este tenha sido o principal fator por trás da queda. O dólar australiano também tem enfrentado pressões devido a fatores específicos.

Em primeiro lugar, os compradores ficaram desapontados com o Reserve Bank of Australia (RBA), que adotou um tom mais suave em sua última reunião. Na declaração que acompanhou o encontro, o órgão regulador destacou que os membros do Conselho não discutiram a opção de aumentar a taxa de juros — a primeira vez desde a reunião de março. Nas três reuniões anteriores, o banco central havia considerado duas opções: manter o status quo ou adotar uma política mais restritiva. Agora, a segunda opção foi excluída das possibilidades.

A governadora do RBA, Michele Bullock, em entrevista coletiva após a reunião, não confirmou nem negou a possibilidade de um corte nas taxas em um futuro próximo. Pouco depois, o vice-governador do RBA, Andrew Hauser, afirmou que ainda era cedo para falar sobre uma 'virada dovish', mas se a inflação continuar a desacelerar, 'todas as opções de ação estarão sobre a mesa'.

Essa postura mais neutra do banco central foi interpretada negativamente pelo mercado, pressionando o dólar australiano. A probabilidade de um corte nas taxas do RBA até o final deste ano é estimada entre 55% e 60%. Aliás, amanhã, 18 de outubro, serão divulgados os dados do PIB do terceiro trimestre da China. Se esse relatório também desapontar o mercado, o dólar australiano poderá enfrentar uma pressão vendedora significativa, revertendo o atual crescimento corretivo.

A pressão adicional sobre o dólar australiano veio da China, devido ao fraco crescimento do IPC e aos decepcionantes dados comerciais.

O crescimento da inflação na China voltou a desacelerar, refletindo uma demanda doméstica fraca. De acordo com os dados divulgados no domingo, o índice de preços ao consumidor subiu 0,4% em setembro, abaixo da previsão de 0,6%. Além disso, o superávit comercial diminuiu no mesmo mês, devido a uma queda acentuada nas exportações. O crescimento anual das exportações foi de apenas 2,4% (previsão de 6,0%), em comparação com um aumento de 8,7% no mês anterior. As importações cresceram apenas 0,3% em relação ao ano anterior (previsão de 0,9%), enquanto em agosto esse componente já havia mostrado um crescimento modesto de 0,5%. Essa divulgação intensificou o pessimismo em relação às perspectivas de crescimento econômico da China.

A propósito, amanhã, 18 de outubro, serão publicados os dados do PIB do terceiro trimestre da China. Se essa publicação também desapontar o mercado, o aussie sofrerá uma pressão de venda significativa, apagando o atual crescimento corretivo.

Tudo isso indica que não é aconselhável confiar na alta atual do AUD/USD. O dólar australiano está muito vulnerável para sustentar um crescimento, e a força do dólar americano impede qualquer expectativa de reversão de tendência. Portanto, é prudente enxergar os picos corretivos como oportunidades de venda. Caso os dados da China desapontem, a tendência de baixa pode ser retomada já amanhã, independentemente do desempenho do dólar americano. O primeiro alvo para os vendedores é 0,6640 (linha inferior das Bandas de Bollinger no gráfico diário). O alvo principal é 0,6590 (limite inferior da nuvem Kumo no mesmo período).

*The market analysis posted here is meant to increase your awareness, but not to give instructions to make a trade
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