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FX.co ★ Prévia da reunião de janeiro do BCE.

Prévia da reunião de janeiro do BCE.

Quinta-feira é um dia crucial para o euro, pois o Banco Central Europeu anunciará os resultados de sua reunião de janeiro, delineando sua posição em relação às perspectivas futuras da política monetária. Nas últimas semanas, diversos representantes do BCE fizeram declarações públicas, a maioria delas com um tom agressivo, refutando rumores de que o banco central começará a reduzir as taxas de juros muito em breve, possivelmente no início da primavera.

No entanto, é importante considerar vários fatores aqui. Em primeiro lugar, os representantes mais proeminentes em termos de comunicação com a imprensa têm sido os 'falcões', e isso não reflete totalmente a posição consolidada do BCE. Em segundo lugar, além da inflação, que discutiremos em breve, há outros indicadores macroeconômicos que indicam que a economia da zona do euro está apenas evitando uma recessão. Portanto, é impossível afirmar que o resultado da reunião de janeiro está predeterminado. Podemos apenas antecipar os resultados formais da reunião: é praticamente certo que o BCE manterá inalterados todos os parâmetros de sua política monetária.

Contudo, em relação ao tom da retórica do BCE, pode haver surpresas. O banco central pode adotar uma postura 'hawkish', negando firmemente a possibilidade de cortes nas taxas (pelo menos até junho), enfatizando seu foco na inflação, especialmente nos dados provenientes da Alemanha e da França. Por outro lado, o BCE pode adotar uma postura mais cautelosa, permitindo a flexibilização monetária mesmo antes do verão. Nesse caso, o foco estará nos efeitos colaterais das altas taxas de juros e na redução do núcleo da inflação na zona do euro.

Prévia da reunião de janeiro do BCE.

Há uma semana, uma pesquisa da Reuters com economistas revelou que a maioria espera uma redução da taxa no segundo trimestre de 2024. Segundo 62 dos 85 economistas, o primeiro corte na taxa de juros do BCE ocorrerá até o final do segundo trimestre, sendo que 38 deles mencionam junho e 21, abril. Apenas 23 entrevistados acreditam que o banco central começará a flexibilizar a política monetária no terceiro trimestre. No entanto, todos os entrevistados estão confiantes de que o BCE manterá todos os parâmetros de sua política monetária inalterados em janeiro.

O que isso nos diz? Em primeiro lugar, sugere que o BCE pode fortalecer o euro. Se a indicação for de que a primeira etapa do ciclo de cortes nas taxas não ocorrerá até julho, ou seja, no terceiro trimestre, isso é possível, dado o tom hawkish de muitos representantes do BCE, como François Villeroy de Galhau, Tuomas Valimaki, Gediminas Simkus, Klaas Knot e Bostjan Vasle, juntamente com os comentários vagos da Presidente do BCE, Christine Lagarde, que insinuou possíveis cortes nas taxas no verão.

A maioria dos membros do BCE que se manifestou nas últimas três semanas enfatizou a necessidade de cautela com a flexibilização monetária, alegando que a trajetória das taxas de mercado (ou seja, na primavera deste ano) "pode estar fadada ao fracasso". O governador do Banco Central da Áustria, Robert Holzmann, chegou a afirmar que não há garantias de reduções nas taxas para o ano de 2024.

Vale notar que a inflação na zona do euro provavelmente acelerará nos próximos meses por vários motivos, como aumentos de impostos, redução de subsídios em vários países da UE (incluindo a Alemanha) e tensões contínuas no Mar Vermelho, afetando o custo do transporte marítimo e elevando os custos de seguro. Esses motivos não são conjunturais, e a expectativa é que a inflação ganhe impulso em um futuro próximo. A inflação anual na zona do euro aumentou meio ponto percentual para 2,9% em dezembro de 2023, apesar de sete meses consecutivos de queda do IPC anteriormente. Além disso, a Alemanha e a França também observaram um aumento da inflação em seus respectivos países.

Além disso, os dados mais recentes do Índice de Gerentes de Compras indicam que a tendência de queda está se enfraquecendo nos setores de manufatura da Alemanha e da França, bem como na região europeia em geral. O PMI do setor industrial da zona do euro entrou no "verde" (46,6 pontos), marcando o melhor resultado desde março de 2023, com desenvolvimentos positivos em componentes como volume de produção, emprego e novos pedidos.

Portanto, considerando as declarações anteriores de vários representantes do BCE, os recentes relatórios de inflação e os motivos que contribuem para a aceleração da inflação na zona do euro, podemos supor que o BCE adotará uma postura mais hawkish em comparação com as expectativas da maioria dos participantes do mercado, que preveem o primeiro corte na taxa no segundo trimestre. O banco central pode fornecer uma orientação mais clara sobre o momento, indicando o possível corte da taxa no segundo semestre do ano (ou uma versão mais hawkish - "não antes do segundo semestre do ano").

A concretização desse cenário fortaleceria o euro em todo o mercado, mesmo em relação ao dólar. Nesse caso, se os principais relatórios publicados nos Estados Unidos, como os dados do PIB dos EUA e o índice PCE básico, não atuarem como uma espécie de contrapeso (ou seja, não favorecerem o dólar), os touros podem esperar outra tentativa de romper o nível 1,10.

*The market analysis posted here is meant to increase your awareness, but not to give instructions to make a trade
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