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FX.co ★ EUR/USD: Aversão ao risco sustenta o dólar.

EUR/USD: Aversão ao risco sustenta o dólar.

O dólar dos EUA continua a exibir um 'mini-rally', fortalecendo suas posições em todos os principais pares de moedas. O par EUR/USD recuou para a marca de 1,0900, após os compradores terem tentado, até o final da semana passada, consolidar-se acima do nível de 1,1100. O pico de preços ocorreu nos dias anteriores ao feriado, em um mercado com baixa liquidez, tornando o atual recuo corretivo bastante lógico. Pode-se afirmar que o par se estabilizou após o aumento emocional no final do ano passado.

É notável que o dólar americano esteja ganhando força de maneira confiante, registrando uma alta de quase duas semanas na terça-feira e retornando à zona próxima ao patamar de 102. Esse movimento acontece em meio a um calendário econômico quase vazio. Por exemplo, durante a sessão europeia de ontem, foi divulgada a avaliação final dos PMIs (quase todos os indicadores foram revisados para cima). Já durante a sessão americana, o PMI manufatureiro dos EUA foi publicado, mostrando resultados negativos ao permanecer abaixo da marca chave de 50 pontos. Apesar desses lançamentos, os traders ignoraram os dados, e o par EUR/USD continua a cair com confiança.

EUR/USD: Aversão ao risco sustenta o dólar.

O dólar está em alta demanda em meio a uma fuga geral do risco. Wall Street começou o ano com um declínio - os principais índices de Wall Street abriram em território negativo, e o índice Nasdaq Composite caiu mais de 1,5%. A dinâmica negativa foi registrada nos setores de tecnologia, industrial e de serviços ao consumidor. No geral, o número de ações que caíram no final das negociações de terça-feira excedeu o número das que fecharam em território positivo (1550/1345).

Um dos fatores negativos foi a notícia da semana passada da China, que afirma que a atividade manufatureira do país desacelerou novamente - o Índice de Gerentes de Compras (PMI) em dezembro caiu para 49,0 em relação ao valor anterior de 49,4. A tendência de queda foi registrada pelo terceiro mês consecutivo. A estrutura desse relatório indica que o principal fator do declínio foi a fraca demanda externa: o índice de novos pedidos de exportação em dezembro foi de 45,8 (esse componente vem diminuindo pelo nono mês consecutivo).

Os sentimentos de risco estão crescendo em meio ao aumento das tensões geopolíticas, e a julgar pelos eventos recentes, a região do Oriente Médio está se tornando um dos principais problemas. Na opinião de alguns especialistas, Israel e o Hezbollah estão agora 'mais perto do que nunca de uma guerra em grande escala' após um recente ataque perto da capital do Líbano contra líderes do Hamas. Esse (provável) conflito militar terá uma escala muito maior em comparação com as atuais operações militares contra o Hamas na Faixa de Gaza, já que o Hezbollah tem uma organização maior, mais forte e testada em batalha, com um arsenal mais sofisticado e uma preparação estratégica real. Após o ataque acima mencionado perto de Beirute, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, declarou que estas ações não ficarão sem resposta e sem punição.

Em meio a estas declarações, o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, cancelou uma visita planejada a Israel por questões de segurança. Isso revela um cenário crescente de escalada nos eventos do Oriente Médio, em vez de uma redução. Essa situação indiretamente fortalece o dólar como moeda de refúgio, impulsionando um sentimento de aversão ao risco nos mercados.

O aumento dos rendimentos dos títulos do Tesouro também contribui para o fortalecimento do dólar americano. Especificamente, os rendimentos dos títulos do governo dos EUA de 10 anos se aproximaram novamente da marca de 4%, após cair para 3,78% no final de dezembro.

Hoje, o par EUR/USD permanece sob pressão de baixa. Contudo, os investidores podem em breve se voltar para fatores fundamentais "clássicos" que poderiam impulsionar novamente o par para cima. Por exemplo, importantes dados sobre inflação na Alemanha serão divulgados na quinta-feira, e na sexta-feira teremos os dados de folhas de pagamento não-agrícolas (Nonfarm Payroll) e o relatório de crescimento da inflação da zona do euro.

Previsões preliminares indicam um aumento nos preços ao consumidor na Alemanha (bem como para o IPC geral da zona do euro). Para o Nonfarm Payrolls,o crescimento no emprego não agrícola deverá ser modesto (160.000), aumento na taxa de desemprego (3,9%) e uma redução nos ganhos salariais. Com essas previsões, é difícil prever com confiança a direção de uma tendência de baixa.

Ao longo da semana, pode haver uma maior confiança no mercado de que o BCE manterá as taxas inalteradas pelo menos até junho, enquanto o Federal Reserve começará a flexibilizar a política monetária já na reunião de março. Portanto, vender o par ainda parece arriscado, apesar da tendência de queda claramente definida do EUR/USD.

Do ponto de vista técnico, o par está se aproximando de um importante suporte em 1,0910, correspondente à linha média do indicador de Bandas de Bollinger no gráfico diário (D1). Se os ursos romperem este nível e o preço se consolidar abaixo de 1,0910, o indicador Ichimoku formará um sinal de 'Cruz da Morte ou Death Cross', onde as linhas Tenkan-sen e Kijun-sen ficarão acima do preço, e a nuvem Kumo estará abaixo. Essa configuração sugere uma inclinação para posições vendidas. O alvo imediato deste movimento de baixa seria a marca de 1,0830, correspondente ao limite superior da nuvem Kumo no mesmo período. Apesar dos sinais técnicos, é prudente aguardar os principais lançamentos desta semana antes de considerar vendas no EUR/USD.

*The market analysis posted here is meant to increase your awareness, but not to give instructions to make a trade
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