O euro visava restaurar a tendência de alta em relação ao dólar americano e claramente calculou mal sua força. O mercado está precificando dois aumentos na taxa de depósito do Banco Central Europeu (BCE). Ao mesmo tempo, os investidores subestimam o potencial de aumento da taxa de fundos federais. Segundo o ING, essa situação deve levar a uma queda no EUR/USD para 1,08, onde está o valor justo do principal par de moedas.
Se o mercado espera que as previsões do FOMC estejam erradas, por que não pensaria o mesmo sobre o BCE? De acordo com uma pesquisa com 8.500 empresas realizada pelo Banco da França, apenas 8% aumentaram os preços em junho, o menor número em dois anos. Por outro lado, a parcela daqueles que reduziram as tarifas aumentou para a máxima de três anos. Como resultado, o presidente do Banco da França, Francois Villeroy de Galhau, observou que a desaceleração da inflação deverá ser muito perceptível no próximo ano.
Dinâmica das empresas francesas que aumentam os preços
Então, por que continuar apertando a política monetária se a inflação voltará à meta de qualquer forma? É bem possível que o aumento da taxa de depósito de julho seja o último do ciclo. O mercado superestima a determinação do Banco Central Europeu, e isso pode acabar mal para o EUR/USD, especialmente porque a restrição monetária prejudica uma economia já fraca da zona do euro.
Em julho, a confiança dos investidores na economia alemã caiu mais do que o esperado pelos especialistas da Bloomberg. O índice de condições atuais também caiu, sinalizando uma saída lenta da recessão, se é que ela conseguirá se recuperar da retração. As fracas estatísticas do ZEW foram atribuídas ao impacto negativo do aumento das taxas de juros globais e à fraca demanda por produtos de fabricantes europeus provenientes da China. A história mostra que quando a economia global está sofrendo, a zona do euro não está tranquila.
Dinâmica da confiança dos investidores na economia alemã
Nesse sentido, a desaceleração da inflação chinesa em junho é outro golpe para o EUR/USD. Os investidores esperavam que, após a agradável surpresa dos pedidos de fabricação da Alemanha, a confiança dos investidores também seria agradável. Entretanto, dados os problemas de recuperação que a China está enfrentando, é difícil esperar toda a positividade da zona do euro. Como resultado, as previsões do ING estão gradualmente se tornando realidade.
Os investidores ainda se concentram na divulgação dos dados de inflação dos E.U.A. Uma desaceleração na taxa de crescimento do IPC e do núcleo do indicador deve derrubar o dólar americano. O mercado tendeu a essa opinião após o relatório de emprego. Mas se o principal concorrente estiver muito fraco, será que os "ursos" do EUR/USD devem ficar tristes?
Tecnicamente, no gráfico diário do par de moedas, aumentaram os riscos de implementação do cenário expresso anteriormente com a formação de um padrão Cunha Expandida. Uma entrada agressiva de posições de vendas com esse modelo implica a venda do EUR/USD em uma quebra do suporte no ponto 2, localizado próximo à marca de 1,0975. Um ataque bem-sucedido permitirá a formação de posições de venda abertas a partir de 1,101.