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FX.co ★ EUR/USD: Reunião de junho do Fed: Três cenários possíveis.

EUR/USD: Reunião de junho do Fed: Três cenários possíveis.

No final da sessão dos Estados Unidos nesta quarta-feira, o Federal Reserve anunciará os resultados de sua reunião de junho. Os principais pares de moedas em dólar estão paralisados na expectativa do veredicto, que determinará o destino do dólar, pelo menos no médio prazo. A reunião de junho de forma alguma é um mero protocolo. Qualquer decisão, mesmo a mais esperada, provocará uma volatilidade aumentada entre os principais pares de moedas. O par EUR/USD, naturalmente, não será exceção.

EUR/USD: Reunião de junho do Fed: Três cenários possíveis.

É importante destacar que não há consenso no mercado em relação aos possíveis resultados da reunião de junho dos membros do Federal Reserve. Por um lado, os traders estão confiantes de que o regulador manterá o status quo hoje. Por outro lado, as perspectivas futuras de aperto da política monetária permanecem incertas. Vamos considerar os principais cenários prováveis/improváveis da reunião de junho do Federal Reserve.

Cenário #1. Manutenção do status quo e da política de "portas abertas"

Conforme mencionado acima, o mercado não tem dúvidas de que o órgão regulador americano deixará todos os parâmetros da política monetária inalterados hoje e pisará no freio pela primeira vez desde março do ano passado. E se, até ontem, alguns traders ainda alimentavam certas esperanças de um resultado hawkish (a probabilidade de um aumento da taxa estava em torno de 25%-30%), o relatório de crescimento da inflação publicado na terça-feira acabou com essas expectativas. O índice de preços ao consumidor de maio refletiu uma desaceleração da inflação nos Estados Unidos, tanto no geral (em maior grau) quanto no núcleo (em menor grau, mas agora podemos falar de uma tendência de queda).

Logo após a divulgação, a probabilidade de manutenção do status quo na reunião de junho aumentou para 100%, de acordo com a CME FedWatch Tool. Hoje, o mercado "reconsiderou" e ainda deixou chances mínimas para a implementação do cenário de 25% (a probabilidade é de 5%).

Por que o mercado ainda não está 100% confiante - discutiremos isso em breve. Aqui, vamos nos basear no cenário básico, presumindo que a taxa permanecerá no mesmo nível. Dada a confiança geral na realização desse cenário, os traders podem ignorar ou reagir minimamente ao fato da posição de esperar para ver, concentrando sua atenção nas perspectivas futuras de endurecimento da política monetária.

O cenário considerado pressupõe a manutenção da taxa no mesmo nível, mas com a "opção" adicional de um possível aumento em uma das reuniões subsequentes - em julho ou setembro. Quanto mais clara for a sugestão correspondente, mais forte será a reação dos touros do dólar.

De acordo com as avaliações da maioria dos especialistas, esse é o cenário mais provável. É por isso que as posições compradas no par EUR/USD são atualmente muito arriscadas. Após a divulgação da inflação de ontem, os compradores do par, a meu ver, começaram prematuramente a comemorar a vitória. O fato da desaceleração da inflação apenas maximizou a probabilidade de manutenção do status quo em junho, mas nada mais. O Federal Reserve provavelmente "ficará quieto" este mês, mas permitirá um aumento da taxa no futuro se a inflação acelerar novamente ou se o ritmo de queda da inflação diminuir.

Além disso, o órgão regulador pode descartar a possibilidade de um corte nas taxas este ano, desmentindo assim os rumores correspondentes. Nesse caso, o gráfico de pontos será a favor do dólar, indicando outro aumento da taxa até o final do ano corrente.

A concretização desse cenário dependerá da dinâmica do crescimento da inflação em junho-julho. O crescimento/redução dos principais indicadores de inflação determinará o grau de hawkishness do Federal Reserve daqui para frente. Entretanto, no momento imediato, esse cenário dará suporte à moeda americana, já que, de fato, o Federal Reserve apertará o botão de pausa em vez do botão de "stop".

Cenário #2. Manutenção do status quo sem sugestões agressivas

O segundo cenário envolve manter a taxa de juros no nível atual sem dar indicações adicionais sobre seu aumento no futuro previsível. Vamos deixar claro: esta é uma evolução improvável, mas ainda bastante possível. O Federal Reserve pode se concentrar nos efeitos colaterais das políticas agressivas: uma crise bancária, aumento do desemprego (lembre-se que a taxa de desemprego vem aumentando pelo segundo mês consecutivo), índices ISM desanimadores, previsões empresariais em deterioração e a ameaça de uma recessão. Nesse contexto, o Federal Reserve pode efetivamente anunciar o fim do atual ciclo de aperto da política monetária, apresentando um possível aumento da taxa no futuro como um evento extraordinário.

Nesse caso, o dólar americano sofrerá forte pressão, uma vez que, conforme a ferramenta CME FedWatch mencionada anteriormente, a probabilidade de um aumento de 25 pontos-base após a reunião de julho é de 62% (assumindo que o status quo seja mantido em junho). Se a retórica do Fed hoje tiver um caráter "conclusivo", essa probabilidade diminuirá perceptivelmente.

Cenário #3. Surpresa hawkish

É importante observar que o "cenário hawkish" é o menos viável entre todos os cenários possíveis. Entretanto, ele não pode ser totalmente descartado. Lembre-se de que, antes do início do chamado "período de calmaria", alguns representantes do Federal Reserve emitiram sinais de "hawkish", pedindo um maior aperto da política monetária.

Por exemplo, a Presidente do Federal Reserve Bank of Cleveland, Loretta Mester, declarou que atualmente não há motivos convincentes para uma pausa no aumento das taxas. O ex-presidente do Fed de Dallas, Robert Kaplan, apoiou seu colega, observando que os dados que estão chegando "apoiam um aumento da taxa na próxima reunião". Thomas Barkin, Raphael Bostic e John Williams expressaram dúvidas sobre uma possível pausa. Os representantes da ala mais favorável a políticas mais agressivas para conter a inflação da Reserva Federal apontaram principalmente para o índice PCE básico, que entrou na "zona verde" no final de maio. De setembro a dezembro do ano passado, esse importante indicador de inflação diminuiu consistentemente (de 5,2% para 4,6%). Em seguida, em janeiro e fevereiro, ele ficou em 4,7% e, em março, voltou ao nível de dezembro, de 4,6%. Entretanto, em abril, o índice atingiu novamente 4,7%, apesar de uma previsão de queda para 4,5%.

É importante observar que o cenário "hawkish" é de fato improvável no momento - de acordo com a CME FedWatch Tool, a probabilidade de sua implementação é de apenas 5%. No entanto, ele não pode ser total e absolutamente descartado, considerando a posição de alguns representantes do Federal Reserve.

Conclusões

A maioria dos especialistas do mercado de moedas está confiante de que o Federal Reserve manterá o status quo hoje, mas indicará que o banco central ainda está pronto para retomar os aumentos das taxas em reuniões futuras se os dados econômicos recebidos sugerirem uma inflação estável e uma situação apertada no mercado de trabalho. Esse resultado dará suporte ao dólar, apesar da pausa atual - a primeira desde março do ano passado.

Além disso, o cenário 2 (manutenção do status quo + nenhuma indicação clara de aumento das taxas em um futuro próximo) também é bastante provável, dada a postura cautelosa de Jerome Powell (que ele expressou em maio) e a queda no índice de preços ao consumidor.

Diante dessa incerteza no par EUR/USD, é aconselhável adotar uma posição de esperar para ver.

*The market analysis posted here is meant to increase your awareness, but not to give instructions to make a trade
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