FX.co ★ EUR/USD: o dólar é corajoso, mas em segredo teme o excesso.

A moeda americana está em constante movimento ao longo do espiral de preços nesta semana. Entretanto, os especialistas temem que a atual alta do dólar possa desacelerar em meio à política monetária excessivamente agressiva do Federal Reserve e à divulgação dos resultados da reunião de setembro do banco central dos EUA.

Na opinião dos analistas, o dólar está ficando mais caro em meio a outra queda do apetite ao risco nos mercados globais. Os investidores estão mais uma vez se voltando para ativos de refúgio seguro, aqueles que podemos investir sem medo, principalmente o ouro e o dólar. A situação atual contribui para o crescimento deste último, embora os especialistas considerem que este aumento é instável.

Os estrategistas de câmbio associam o crescimento do dólar americano registrado durante cinco sessões de negociação consecutivas com expectativas de um maior aperto da política monetária pela Reserva Federal dos EUA. Após a publicação de estatísticas encorajadoras sobre o mercado de trabalho dos EUA, os participantes do mercado estão convencidos de que o banco central "soltará as rédeas" na questão do aperto da política monetária o mais rápido possível. Ao mesmo tempo, mais de 80% dos especialistas esperam que a taxa do Fed aumente em 75 bps, e apenas 15% deles acreditam que este número não excederá 50 bps.

No momento, traders e investidores estão focados na ata da reunião do Fed de setembro, que será publicada na quarta-feira, 12 de outubro. Os participantes do mercado estão esperando novas dicas do banco central sobre o curso futuro da política monetária, previsões preliminares sobre a situação atual e avaliação da atividade econômica.

Os dados estatísticos sobre a inflação anual nos Estados Unidos serão divulgados na quinta-feira, 13 de outubro. Conforme as previsões preliminares, em setembro, o crescimento dos preços ao consumidor nos Estados Unidos desacelerou para 8,1% em relação aos 8,3% anteriores. Lembramos que desde o início de 2022, este indicador não caiu abaixo de 7,5%. Neste contexto, o Fed aumentou a taxa chave cinco vezes consecutivas para combater a hiperinflação. Especialistas e participantes do mercado temem que uma nova rodada de aperto da política monetária cause uma recessão. Segundo os analistas, os mercados esperam secretamente que o Fed consiga controlar o volante de política monetária iniciada este ano, mas isto é improvável. Especialistas acreditam não haver pré-requisitos para esta reviravolta.

Neste contexto, a divisa norte-americana recebe um poderoso "impulso" do crescimento da lucratividade e da fuga em massa de investidores para ativos seguros. Como resultado, o par EUR/USD passou para uma fase de consolidação após uma queda recente, atingindo a marca de 0,9700. A situação atual também ajudou um pouco o euro, que se manteve estável em relação ao seu concorrente americano. Na manhã de quarta-feira, 12 de outubro, o par EUR/USD estava sendo negociado a 0,9727, tentando recuperar as perdas anteriores.

Os estrategistas câmbio do ING Bank estão confiantes que no futuro próximo o par EUR/USD cairá para o mínimo de setembro e chegará a 0,9540. Ao mesmo tempo, no final de 2022, o par pode testar o nível de 0,9200, acredita o banco. De acordo com outras previsões, o par EUR/USD continuará a enfraquecer no primeiro trimestre de 2023. Analistas não descartam um avanço acima do nível de paridade até meados do próximo ano.

O fortalecimento ativo do dólar em meio ao aperto da política monetária do Fed afetará a economia global, o banco JP Morgan está confiante. De acordo com Robert Michele, CFA, Diretor de Investimentos do grupo Global Fixed Income, Currency and Commodities (GFICC), uma "corrida implacável" no dólar americano provocará turbulência no mercado global. O diretor de investimento acredita que um dólar forte é uma bomba relógio para o mercado de derivativos. A próxima rodada de fortalecimento do USD se tornará um catalisador para a próxima crise global, enfatiza Michele.

Mais aumentos agressivos das taxas pelo Fed contribuem para o "superaquecimento" do mercado e da moeda americana, acredita o analista. Neste contexto, o banco central, num esforço para superar a inflação, elevará a taxa chave para 4,75% e a deixará neste nível até se aproximar da meta de 2%. O banco central não vai parar e não interromperá o ciclo de aperto, diz Michele. A reversão da atual taxa Fed só é possível como resultado de mudanças fundamentais na economia.

Lembre-se que este ano o banco central dos EUA aumentou a taxa de juros em 75 bps três vezes seguidas. Segundo declarações recentes dos legisladores do Fed, um quarto aumento é possível no próximo mês. Anteriormente, representantes do banco central observaram que o aumento da taxa continuará e ultrapassará a barreira existente de 3-3,25%. Ao mesmo tempo, as autoridades monetárias dos EUA evitam cuidadosamente o tema da recessão, acreditando que a economia irá lidar com ela.

Anteriormente, o Presidente dos EUA Joe Biden anunciou a possibilidade de uma "pequena recessão econômica" no país. No entanto, ela não terá um impacto significativo na economia nacional, o chefe de Estado está certo. Anteriormente, Janet Yellen, a Secretária do Tesouro dos EUA, enfatizou que os mercados financeiros do país são suficientemente estáveis e nada os ameaça, apesar da alta volatilidade em meio a um aumento das taxas de juros do Fed.