A economia europeia enfrenta uma reviravolta à medida que tarifas de importação propostas pelos EUA colocam em risco o crescimento do PIB da União Europeia, segundo o Banco Central Europeu (BCE). Piero Cipollone, membro do conselho do BCE, alertou que tarifas entre 10% e 20% sobre produtos europeus poderiam reduzir a demanda externa e intensificar a concorrência no mercado interno, comprometendo o crescimento econômico da UE.
Apesar do impacto negativo, Cipollone destacou possíveis benefícios das políticas comerciais e energéticas de Trump. O aumento da produção doméstica de petróleo nos EUA pode reduzir os preços globais de combustíveis, enquanto a limitação das importações chinesas poderia levar a uma maior oferta desses produtos na UE, ajudando a conter a inflação ao consumidor.
No entanto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) classifica essa abordagem como “protecionismo econômico”, com potencial para fragmentar a economia global. Os analistas do Barclays alertam que setores dependentes de exportações para os EUA, como o automotivo e o de bens de luxo, seriam os mais afetados, e empresas como a Volkswagen e a LVMH seriam seriamente impactadas.
Se essa política de fato for implementada, o setor industrial da UE enfrentará desafios significativos, destacando a necessidade de adaptação em um cenário global cada vez mais volátil.