As autoridades turcas ainda não conseguem proteger a renda das famílias contra o aumento da inflação

A Turquia, mais uma vez, se vê diante de um grande desafio: controlar a inflação galopante que afeta o bolso de milhões de consumidores. O presidente Recep Tayyip Erdoğan garantiu que não permitirá que a inflação prejudique a população, mas será que as medidas previstas serão suficientes para lidar com a crise que cresce a cada dia?

Recentemente, Erdoğan falou sobre a proteção dos cidadãos, especialmente em relação a um possível aumento do salário mínimo em 1º de janeiro de 2025. Em suas declarações, ele destacou as previsões do Banco Central da Turquia, que indicam uma inflação anual que pode alcançar impressionantes 44% até o final de 2024.

Apesar de prometer proteção à população, Erdoğan lembrou o aumento do salário mínimo, que no último reajuste superou a inflação. Isso pode ser uma tentativa de aliviar o impacto, mas a questão é: será suficiente para reverter os efeitos de uma inflação que corrói o poder de compra dos trabalhadores? A resposta é incerta. A cada mês, os preços nos supermercados e postos de gasolina continuam subindo, tornando cada vez mais difícil para as famílias manterem seu nível de vida.

Os números não mentem: a inflação anual na Turquia está em 48,58% este ano. Uma taxa muito mais alta do que a previsão de queda para 21% até o final de 2025, de acordo com o Banco Central. Isso significa que, enquanto o governo aposta em um controle gradual da inflação, a realidade nas ruas é bem diferente.

A recente declaração de Erdoğan sobre a lira também gerou reações. A moeda turca caiu para 34,46 por 1 dólar americano, uma demonstração clara de como a confiança na economia turca continua abalada. Para os analistas, isso só reforça a ideia de que o governo precisa de um plano mais robusto para enfrentar a crise.

Especialistas alertam que Ancara não deve relaxar na luta contra a inflação. No final deste ano, a turbulência econômica pode aumentar com a expectativa de outro reajuste no salário mínimo.Embora o aumento do salário mínimo traga um alívio imediato para muitas famílias, a medida tem seus custos pode ter um efeito colateral: o aumento dos custos de mão de obra.O cenário é complexo, e os especialistas alertam que Ancara não pode baixar a guarda na luta contra a inflação.