Nikkei é vítima do novo primeiro-ministro do Japão

O índice Nikkei, que é referência da Bolsa de Valores de Tóquio que acompanha as ações das 225 maiores empresas do Japão, despencou de 4,65% em 30 de setembro, registrando a sua maior queda em um mês, em um dia de forte volatilidade nos mercados. O principal motivo da queda foi o receio dos investidores em relação à política econômica do primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, que assumiu o cargo em 1º de outubro após ser escolhido como líder do Partido Liberal Democrático (LDP).

Ishiba sinalizou a intenção de "normalizar a política monetária", o que, para os mercados, significa um possível fim dos programas de compra de ativos e um gradual aumento das taxas de juros. Essa perspectiva gerou apreensão entre os investidores, que temem um aumento da volatilidade do mercado, uma desaceleração econômica e um fortalecimento do iene, o que poderia prejudicar as exportações japonesas.

Nos últimos anos, o Banco do Japão (BoJ) manteve uma política monetária extremamente frouxa para combater a deflação prolongada e fortalecer a economia. Contudo, o recente aumento das taxas de juros pela primeira vez em 17 anos marcou uma mudança significativa. No final de julho, o BoJ elevou a taxa básica de juros para 0,25%, motivado pela rápida aceleração da inflação. Esse foi o segundo aumento em seis meses.

Embora justificada como necessária para conter a inflação, a medida teve repercussões globais, abalando mercados de ações em todo o mundo e atraindo críticas significativas ao Banco do Japão.