Amazon expande operações e investimentos na Índia

A Amazon está aumentando seu foco na Índia, enquanto reduz sua cooperação com a China. O gigante do e-commerce reavaliou suas colaborações e prioridades.

Este ano, a empresa de tecnologia pretende exportar pequenos produtos da Índia no valor de US$ 5 bilhões, um aumento em relação aos US$ 3 bilhões de 2023. Embora esses produtos sejam mais caros, eles podem ser enviados diretamente para consumidores no exterior e sofrem menos impacto de impostos de importação.

Analistas veem essa ação como um claro sinal de afastamento da China. O papel crescente da Índia na cadeia de suprimentos global é ressaltado pela mudança estratégica de uma das maiores empresas de comércio eletrônico do mundo. Especialistas afirmam que esse movimento reflete uma tendência geral de multinacionais transferirem suas operações da China para a Índia. Bhupen Wakankar, diretor de comércio global da Amazon, indicou que a Índia está entre as principais fontes de fornecimento da empresa.

Ao mesmo tempo, Wakankar mencionou que a Amazon está colaborando com o Ministério do Comércio da Índia e com associações comerciais para fortalecer seus laços com milhares de pequenos produtores locais, que fornecem desde joias e têxteis até itens para o lar. Ele afirmou que essas iniciativas ajudarão os vendedores a melhorar suas ofertas de produtos e aumentar as vendas.

A Amazon espera alcançar um volume total de exportações de e-commerce da Índia de US$ 20 bilhões até 2025. Em junho de 2023, a empresa anunciou que planeja aumentar seus investimentos na Índia para US$ 26 bilhões até 2030. Wakankar destacou que, no ano passado, a Amazon ajudou 150.000 pequenos exportadores indianos a venderem produtos no valor de US$ 8 bilhões para consumidores internacionais. Esse sucesso foi impulsionado pelo programa de vendas globais da empresa, lançado em 2015.

O setor de varejo indiano foi recentemente transformado pela Amazon e pela Flipkart, uma plataforma de e-commerce de propriedade do Walmart na Índia. Ambas as empresas investiram bilhões de dólares na compra de produtos de pequenas empresas e atraíram consumidores com grandes descontos. No entanto, o rápido crescimento desse setor tem sido criticado por grupos políticos e comerciais. O ministro do Comércio da Índia acusou a Amazon e outras empresas de e-commerce de praticarem "preços predatórios", argumentando que a expansão dessas empresas poderia prejudicar milhões de pequenas lojas em todo o país.