Análise do mercado de ações em 17 de março: S&P 500 e Nasdaq permanecem sob pressão

Os futuros dos índices de ações dos EUA caíram depois que o secretário do Tesouro, Scott Bessent, classificou a recente queda do mercado como "favorável", reforçando as expectativas de que é improvável que o governo Trump intervenha para interromper o declínio.

Os futuros do S&P 500 e do Nasdaq 100 caíram 0,6%. Enquanto isso, o índice europeu Stoxx 600 apresentou pouca mudança, enquanto os índices asiáticos ganharam com relatos de forte crescimento do consumo na China.

No domingo, o Secretário do Tesouro dos EUA afirmou que não estava preocupado com a queda nas ações dos EUA, mesmo após o S&P 500 perder quase US$ 5 trilhões em valor. Seus comentários foram um golpe claro para aqueles que esperavam que o Presidente Donald Trump tomasse medidas para aliviar o impacto de suas políticas no mercado.

A declaração gerou preocupações entre os especialistas de Wall Street, que esperavam que Bessent atuasse como uma voz moderadora no governo de Trump, equilibrando a postura agressiva do presidente em relação às tarifas. Sem sinais tranquilizadores por parte das autoridades do governo, parece cada vez mais provável uma nova correção no mercado acionário.

Os rumores sobre uma recessão alimentada por guerras comerciais e protecionismo continuam afastando os investidores dos ativos mais arriscados. Qualquer gatilho negativo — sejam dados econômicos fracos ou uma retórica agressiva do governo — pode acelerar as liquidações. Cansados da incerteza contínua, os investidores estão realizando lucros, reforçando a tendência de queda.

As tensões geopolíticas continuam elevadas, aumentando a ansiedade do mercado. Os acontecimentos no Oriente Médio estão criando um cenário de nervosismo, dificultando a expectativa de uma recuperação sustentada com base em fatores fundamentais.

Os preços do petróleo subiram após a China, maior importador do mundo, anunciar planos para estimular o consumo por meio do aumento da renda familiar. Enquanto isso, os EUA se prepararam para novos ataques às forças Houthi no Iémen.

O dólar norte-americano e os títulos do Tesouro foram negociados de forma mista.

O Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, declarou que os ataques militares contra os rebeldes Houthi no Iémen continuarão até que o grupo cesse os ataques a navios civis e militares no Mar Vermelho. Os investidores estão observando atentamente várias reuniões de bancos centrais nos próximos dias. A expectativa era que Banco do Japão mantenha as taxas inalteradas após o aumento do mês passado. Além disso, é provável que o Banco da Inglaterra mantenha sua política estável.

O presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, anunciará a decisão sobre a taxa de juros dos EUA na quarta-feira. Seu principal desafio será tranquilizar os investidores de que a economia continua em terreno sólido, ao mesmo tempo em que sinaliza a disposição do Fed de intervir com apoio, se necessário.

Quanto ao quadro técnico do S&P 500, a tendência de baixa continua. Hoje, os compradores precisam ultrapassar o nível de resistência de US$ 5.617 para sustentar a alta e abrir o caminho para US$ 5.645. Garantir o controle acima de US$ 5.670 fortalecerá ainda mais a dinâmica de alta.

Se o apetite pelo risco enfraquecer, os compradores devem defender os US$ 5.586. Um fracasso nesse ponto pode fazer com que o índice caia rapidamente para US$ 5.552, com US$ 5.520 como o próximo alvo.