Quanto mais você observa os mercados, mais entende o choque que eles estão sofrendo. Se antes os investidores olhavam para os índices de ações dos EUA para avaliar o apetite global pelo risco, agora não é mais assim. Recentemente, a alta nos rendimentos do Tesouro dos EUA serviu como uma estrela guia para os "ursos" do EUR/USD, mas no final da segunda década de outubro, as taxas de juros das dívidas de 10 anos, quase 5%, não parecem mais incomodar ninguém. Como podemos entender tudo o que está acontecendo?
Dinâmica dos rendimentos do Tesouro dos EUA
Outro paradoxo com o principal par de moedas ocorreu após a divulgação de estatísticas sobre os pedidos de subsídio de desemprego nos EUA. O indicador para a semana encerrada em 13 de outubro caiu para seu nível mais baixo desde janeiro. Isso, combinado com dados impressionantes sobre o emprego nos E.U.A., sugere que o mercado de trabalho está em terreno sólido. Talvez devêssemos falar não sobre uma recessão ou uma aterrissagem suave, mas sobre o aumento da economia dos EUA.
Em contraste com as divulgações de dados sobre vendas no varejo e produção industrial, o mercado de títulos reagiu de forma diferente às estatísticas sobre pedidos de subsídio de desemprego. Os rendimentos dos títulos do Tesouro diminuíram. Isso se deve à relutância dos investidores em realizar transações antes do discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.
Dinâmica dos pedidos de auxílio-desemprego
A expectativa é que Powell repita o mantra de seus colegas, afirmando que o mercado de dívida dos EUA faz parte de seu trabalho ao aumentar os rendimentos. Isso aperta as condições financeiras e, teoricamente, deve esfriar a inflação e a economia. Entretanto, os preços ao consumidor ainda estão longe da meta de 2%, o que mantém a porta aberta do Fed para a retomada do ciclo de restrição monetária.
Em outras palavras, os investidores estão preparados para os comentários vagos de Powell, que confirmarão a relutância do Fed em aumentar as taxas em novembro. No entanto, as chances de um aumento das taxas em dezembro ou janeiro continuarão elevadas. O mercado de futuros as estima em 39% e 47%, respectivamente.
Entretanto, o discurso do presidente do Federal Reserve pode não acalmar os investidores. O caos nos mercados não é causado pela política monetária ou pelos temores de recessão, mas pela crise no Oriente Médio. Independentemente de quem seja o culpado pelas explosões no hospital em Gaza, elas aumentam a probabilidade de escalada das tensões geopolíticas. Por outro lado, os esforços dos EUA e dos países europeus para resolver a situação diplomaticamente são vistos como uma redução da escalada e levam a uma queda nos preços do petróleo Brent e a um aumento no EUR/USD.
Tecnicamente, no gráfico diário do principal par de moedas, há um padrão Splash and Shelf baseado em 1-2-3. Para abrir posições de médio prazo, aguarde a quebra da resistência de 1,064 ou uma quebra bem-sucedida do suporte de 1,05. No primeiro caso, trata-se de comprar o euro em relação ao dólar dos EUA. No segundo, trata-se de vender EUR/USD. Agora, concentre-se na negociação a partir da consolidação: forme posições vendidas nas cotações em alta e compradas nas cotações em queda.