Análise do EUR/USD em 31 de agosto. A inflação da UE novamente não impressiona.

A análise de ondas no gráfico de 4 horas do par EUR/USD permanece bastante clara. O segmento de tendência de alta que teve início no ano passado assumiu uma estrutura complexa, e nos últimos seis meses temos observado alternâncias entre estruturas de três ondas. Já mencionei anteriormente que esperava que o par atingisse o quinto valor, o ponto onde se iniciou a formação da última sequência de três ondas ascendentes, e continuo mantendo essa perspectiva. A mais recente sequência de três ondas ascendentes está agora completa, o que significa que o mercado está começando a formar um novo segmento de tendência de baixa.

Em teoria, a seção de tendência que teve início em 31 de maio ainda poderia se desenvolver em uma estrutura de cinco ondas, utilizando a forma a-b-c-d-e. No entanto, à medida que os dias passam, as chances de que isso ocorra estão diminuindo. O par começou a se valorizar, o que pode ser interpretado como a onda b dentro do novo segmento de tendência de baixa. Já havia alertado previamente que a formação dessa onda poderia iniciar em breve. Portanto, é possível que a demanda pelo euro continue crescendo por algum tempo.

O índice de preços ao consumidor não caiu em agosto.

A taxa EUR/USD sofreu uma queda de 80 pontos-base na quinta-feira. Considerando que o par havia registrado ganhos nos dois dias anteriores à quinta-feira e que a queda começou nas primeiras horas da manhã, é importante concentrar nossa atenção nas notícias provenientes da União Europeia. A Alemanha, em particular, divulgou um relatório sobre as vendas no varejo. Em julho, os volumes de vendas tiveram uma redução de 0,8% em relação ao mês anterior, contrariando as expectativas do mercado de um aumento de +0,3%. Isso, sem dúvida, teve um impacto negativo no euro. Além disso, a taxa de desemprego foi divulgada, permanecendo em 5,7% em agosto, mantendo-se no mesmo nível do mês anterior. Houve também um aumento de 18.000 nos pedidos de auxílio-desemprego, superando as expectativas do mercado, que previam um aumento de +10.000. Estes eventos contribuíram igualmente para a queda do euro.

Um pouco mais tarde, foi divulgado o relatório de inflação da União Europeia. Segundo as estimativas preliminares, o índice de preços ao consumidor não apresentou desaceleração em agosto, permanecendo em 5,3%, o mesmo patamar do mês anterior. Já o núcleo do índice de preços ao consumidor diminuiu para 5,3%, em linha com as expectativas. Essa divulgação gerou um relatório polêmico, bem como uma reação controversa no mercado. No entanto, se presumirmos que o mercado não está mais antecipando ações agressivas do Banco Central Europeu (BCE) em relação à taxa de juros, esses resultados parecem mais lógicos.

A rapidez com que a inflação está diminuindo pode não ser mais a questão central, especialmente se o BCE estiver planejando encerrar seu programa de aperto da política monetária em breve.

Com base nessas considerações, a queda do euro hoje é compreensível. No entanto, a única incerteza é que a suposta onda b parece carecer de convicção, parecendo fraca demais. Portanto, é possível que a primeira onda do novo segmento de tendência de baixa tenha uma extensão maior. Amanhã, importantes relatórios dos EUA estão agendados, o que pode aumentar a demanda pelo dólar.

Conclusões Gerais:

Com base na análise realizada, acredito que a formação do conjunto de ondas de alta tenha sido concluída. Continuo a considerar os alvos na faixa de 1,0500-1,0600 como bastante realistas e, com esses objetivos em mente, recomendo a venda do par. Portanto, minha sugestão é vender o par com metas próximas às marcas de 1,0788 e 1,0637. Uma tentativa mal-sucedida de romper a marca de 1,0788 levou as cotações a recuarem dos mínimos atingidos, provavelmente dentro da onda b. Como resultado, sugiro considerar novas vendas após a conclusão da formação dessa onda.

Numa perspectiva de onda de maior escala, a marcação da onda para o segmento de tendência ascendente adotou uma forma estendida, que provavelmente já foi concluída. Observamos cinco ondas ascendentes, que aparentemente formaram a estrutura a-b-c-d-e. A partir daí, o par construiu quatro conjuntos de três ondas: dois para baixo e dois para cima. É possível que o mercado esteja em transição para a formação de outra estrutura descendente de três ondas.