O relatório de hoje do Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS) revelou uma queda de 1,2% nas vendas no varejo em relação ao mês anterior, após um crescimento de 0,6% em junho. Economistas haviam previsto uma queda mais moderada de 0,6% em uma base mensal. As cifras indicam que, pela primeira vez em quatro meses, as vendas não atingiram as expectativas. Isso sugere que os lares estão começando a ceder sob o peso dos preços em alta e das taxas de juros elevadas. "Embora o clima chuvoso tenha alguma responsabilidade pela queda nas vendas no varejo em julho, a demanda subjacente também parece ter diminuído no início do terceiro trimestre", observou o ONS.
Nesse contexto, a libra cai 0,2% em relação ao dólar, atingindo 1,2720, e seguiu outros ativos de risco do G10 em direção à baixa, em meio a um ressurgimento mais amplo na demanda pelo dólar dos EUA. Abordaremos os aspectos técnicos um pouco mais adiante.
O relatório destacou ainda que, desde o início da crise do custo de vida em 2021, os consumidores têm gastado mais enquanto compram menos, refletindo os preços mais altos das mercadorias. Essas cifras do comércio varejista apresentam um contraste marcante com relatórios recentes que indicam crescimento econômico no Reino Unido, os quais foram associados a aumentos salariais e inflação persistentemente alta.
Além disso, o relatório mencionou que muitos varejistas estão otimistas em relação aos próximos meses, esperando um aumento nos gastos à medida que os fãs ingleses celebram as finais da Copa do Mundo de Futebol Feminino e as famílias se preparam para as compras de volta às aulas.
No entanto, apesar da ligeira redução em julho, é evidente que os lares continuam mostrando resiliência diante da crise do custo de vida. Um mercado de trabalho relativamente apertado significa que o risco percebido de perda de empregos permanece baixo. Como resultado, os lares têm se inclinado a gastar mais e economizar menos por precaução.
Analisando as vendas por categoria, as vendas de alimentos testemunharam uma queda de 2,6%. Os consumidores atribuíram isso aos preços elevados que encontraram. Supermercados registraram vendas reduzidas em roupas e alimentos. As vendas gerais em lojas não alimentares, incluindo lojas de departamentos, contraíram 1,7% em julho. No entanto, essa queda foi parcialmente compensada por um aumento de 2,8% nas vendas online, com empresas lançando várias ofertas promocionais. A participação das vendas online em julho foi a mais alta desde fevereiro de 2022, representando 27,4% das vendas totais. No lado positivo, os volumes de vendas de combustíveis automotivos aumentaram 0,7% em julho, fornecendo um apoio muito necessário ao valor geral, especialmente após uma queda no mês anterior.
Quanto à perspectiva técnica para o GBP/USD, ele permanece em um mercado com limites definidos. O par pode ver uma alta confiante apenas se os touros assumirem o controle acima do nível de 1,2765, o que aumentará as esperanças de uma recuperação em direção a 1,2810. Esse movimento abrirá caminho para uma meta mais alta em 1,2850. Se houver uma queda, os ursos tentarão empurrar o par abaixo de 1,2720. Caso esta faixa seja ultrapassada as posições de alta serão prejudicadas, arrastando o GBP/USD para a baixa de 1,2680 com perspectivas de atingir 1,2650.
Quanto ao EUR/USD, o euro continua sob pressão. Para retomar o controle, os compradores precisarão elevar a cotação acima de 1,0890. Isso abriria a porta de volta para 1,0920, e o preço pode testar o nível de 1,0950. A partir daí, o par pode subir para 1,0980, embora isso possa ser desafiador sem o apoio de grandes players de mercado. Caso haja uma queda, a expectativa é que compradores importantes entrem apenas em torno de 1,0860. Se nada acontecer nesse nível, pode ser prudente esperar até que o preço teste a baixa de 1,0840 ou considerar posições longas em 1,0810.