A Fitch Ratings, uma empresa que há muito tempo critica o crescente déficit orçamentário dos EUA, tomou uma decisão surpreendente de retirar o país de sua principal classificação de crédito. Isso influenciou significativamente o mercado de moedas, forçando o dólar americano a se desvalorizar em relação a outras moedas importantes. A ação também afetou o mercado de ações dos EUA, com os futuros dos principais índices caindo mais de 1,0%. O Bitcoin e o Ethereum reagiram positivamente às notícias, ganhando valor.
A elevação descontrolada do limite de endividamento dos EUA nas últimas duas décadas foi citada como o principal motivo para essa revisão da qualidade de crédito. Hoje, a Fitch Ratings rebaixou a classificação dos EUA de AAA para AA+. Essa decisão foi tomada anteriormente pela S&P Global Ratings, há mais de dez anos. A Fitch declarou que os cortes de impostos e as novas iniciativas de gastos, combinados com vários choques econômicos, haviam aumentado os déficits orçamentários. Além disso, observou que os desafios de médio prazo relacionados ao aumento dos custos dos direitos permaneciam, em grande parte, sem solução.
A Fitch destacou que o rebaixamento do rating dos Estados Unidos reflete a previsão de uma política fiscal ruim nos próximos três anos, bem como um ônus elevado e crescente da dívida do setor público.
A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, respondeu rapidamente ao rebaixamento, chamando-o de arbitrário e desatualizado. Diante desse cenário, os títulos do Tesouro aumentaram. Yellen afirmou em um comunicado que a decisão da Fitch não alterava o que os americanos, investidores e pessoas ao redor do mundo já sabiam: que os títulos do Tesouro continuavam sendo o principal ativo seguro e líquido global, e que a economia americana era fundamentalmente forte.
Notavelmente, a Fitch emitiu uma classificação negativa em maio deste ano, quando democratas e republicanos discordaram sobre o aumento do teto da dívida, deixando o Tesouro dos EUA a poucas semanas de ficar sem dinheiro. Embora essa crise tenha sido finalmente evitada, a Fitch afirmou que os repetidos conflitos sobre os limites da dívida e as decisões de última hora minaram a confiança na administração das finanças públicas do país.
A decisão também pode ser explicada pelo rápido crescimento do ônus da dívida nacional, que, de acordo com a previsão da Fitch, chegará a 118% do PIB até 2025, ultrapassando em mais de duas vezes a média da classificação AAA de 39,3%.
O euro e a libra esterlina reagiram a essa notícia com crescimento, enquanto o dólar americano perdeu algumas de suas posições. É improvável que o rebaixamento afete mais o dólar, pois atualmente não há alternativas para títulos confiáveis dos EUA ou para o próprio dólar. O futuro pode trazer mudanças, mas, por enquanto, os políticos americanos parecem indiferentes aos acontecimentos atuais.
Quanto ao quadro técnico do EUR/USD, a pressão sobre o euro enfraqueceu. Para recuperar o controle, os compradores devem subir acima de 1,1000. Isso lhes permitirá chegar a 1,1040. A partir desse nível, o preço pode subir para 1,1075, mas fazer isso sem o apoio dos principais participantes será bastante difícil. No caso de uma queda, os compradores se tornarão ativos somente em torno de 1,0945. Se eles não conseguirem fazer isso, seria bom esperar que o mínimo de 1,0910 seja atualizado ou abrir posições longas a partir de 1,0870.
A demanda pela libra esterlina permanece bastante contida, e um maior crescimento do par está sendo questionado. Um aumento só pode ser esperado depois que os touros ganharem controle sobre 1,2790. Essa ação fortalecerá as esperanças de uma recuperação para a área de 1,2840, após a qual podemos falar sobre um aumento mais abrupto para cerca de 1,2890. Se o par cair, os ursos tentarão assumir o controle de 1,2740. Se eles conseguirem fazer isso, romper essa faixa afetará todas as posições dos touros e empurrará o GBP/USD para a mínima de 1,2710, com a perspectiva de cair para 1,2630.