Recentemente, o metal amarelo passou por uma série de altos e baixos e agora busca estabilização. Em certos momentos, o ouro ficou em uma encruzilhada, quando o mercado estava indeciso sobre sua trajetória futura. Atualmente, o ouro escolheu um caminho difícil para cima, no qual deve estar preparado para muitas armadilhas.
Após cair para uma mínima de dois meses, o metal precioso conseguiu se recuperar e esse processo ainda está em andamento. O influxo de investimentos em ouro tem ocorrido à medida que os participantes do mercado buscam refúgio nesse metal precioso. Os motivos são a preocupação atual em relação ao limite da dívida nos Estados Unidos, bem como a alta inflação. Isso levou os investidores a buscar o ouro como um porto seguro e um ativo de proteção que preserva o capital.
Por várias semanas, o ouro tentou se firmar acima do nível psicologicamente importante de US$ 2.000 por onça-troy. No entanto, esses esforços foram mal sucedidos. No entanto, em abril de 2023, o metal precioso atingiu impressionantes US$ 2.048, mas não subiu mais. A alta foi interrompida pelos ursos do ouro, que repeliram o ataque dos touros e empurraram o preço do ouro para US$ 1.969.
Atualmente, o metal amarelo está sendo negociado lateralmente, buscando alcançar novos picos. O ouro fica cerca do mesmo nível há dois meses e se adapta gradualmente a um mercado de faixa limitada, confirmado no início do verão. Ao mesmo tempo, muitos analistas esperam uma correção do ouro até o final de julho ou meados de agosto. Muitas vezes, nesse período do ano, o ouro recua para mínimas antes de entrar em uma nova onda de alta.
No momento, o metal amarelo está tentando se firmar na tendência de alta, reunindo forças para um novo crescimento. No primeiro dia do verão, quinta-feira, 1º de junho, o ouro era negociado próximo a US$ 1.972, abrindo caminho para cima. O ouro interrompeu seu crescimento de dois dias e se consolidou.
De acordo com o gráfico técnico, a saída do metal precioso além do pico recente próximo a US$ 1.965 pode atrair novos vendedores. A queda pode ser limitada ao nível de US$ 1.980. Esse nível pode se tornar o ponto de virada do preço do ouro. Uma vez ultrapassado, isso ajudará o ouro a se recuperar para US$ 2.000. Por outro lado, há uma alta probabilidade de um recuo do metal precioso para o nível baixo de US$ 1.943 (100-SMA), protegido pelos ursos. Uma quebra convincente dessa barreira, assim como um recuo para mínimas de vários meses próximo a US$ 1.932, dará um novo ímpeto aos ursos e arrastará o XAU/USD para o nível de US$ 1.900.
No entanto, esse cenário negativo agora é irrealista. Nas duas últimas sessões de negociação, o ouro cresceu de forma constante, adicionando 1,1%. Na quinta-feira, 1º de junho, o metal amarelo permaneceu estável após a votação na Câmara dos Deputados para aumentar o teto da dívida nacional dos EUA. O projeto de lei foi aprovado por maioria de votos no Congresso dos EUA. Posteriormente, o documento seguirá para o Senado para consideração. Em seguida, se aprovado pelas duas casas do Congresso dos EUA, será promulgado pelo presidente Joe Biden.
No momento, os participantes do mercado e os especialistas estão avaliando as notícias sobre o teto da dívida federal dos EUA e seu impacto na dinâmica do dólar americano e do ouro. Os analistas do Credit Agricole acreditam que o contexto geopolítico nos EUA aumentará a atratividade do metal precioso, apesar do crescente interesse no dólar americano. A situação tensa relacionada às eleições presidenciais dos EUA em 2024 pode se tornar um catalisador para os riscos geopolíticos nos Estados Unidos. Nessa situação, a fuga de investidores para o ouro se intensificará, enfatiza o banco.
Atualmente, o rali estável do metal precioso está contido pela valorização da moeda dos EUA. A recente alta do dólar para o patamar mais alto em dois meses tem sido um obstáculo para o ouro. No entanto, os especialistas consideram que o recuo do ouro será de curta duração. A alta probabilidade de novas elevações nas taxas de juros pelo Federal Reserve está adicionando lenha à fogueira. A implementação desse cenário estimula a força do dólar, lembram os analistas.
No momento, os mercados continuam a precificar um aumento de 25 pontos base na taxa de refinanciamento do Fed na próxima reunião em junho. O impulsionador dessas expectativas foram as notícias positivas sobre o teto da dívida pública dos EUA. A maioria dos analistas (62%) espera que a taxa base permaneça no nível atual de 5% a 5,25%, enquanto o restante permite que seja elevada em 25 pontos base.
Os estrategistas de moeda do Commerzbank acreditam que um aumento de taxa nessa magnitude já está totalmente refletido nas cotações de mercado. Segundo os participantes do mercado, até o final de 2023, o banco central dos EUA revisará sua retórica. "Nesse contexto, o ouro está mostrando força relativa, sem perder seu brilho porque o dólar está em seu nível mais alto desde meados de março", observa o banco.
Um problema por resolver foi uma leve queda no interesse aberto nos futuros de ouro entre os grandes investidores. Até o final desta semana, essa tendência de baixa continuou, mas os especialistas consideram que será de curta duração. Na quarta-feira, último dia de maio, o metal amarelo registrou um pequeno aumento. Essa dinâmica do ouro, juntamente com o enfraquecimento do interesse aberto entre os investidores, indica um potencial limitado para seu crescimento futuro. Na opinião dos analistas, o metal precioso agora está voltado para a consolidação, após formar um suporte próximo a US$1.930.
O metal amarelo foi fortemente apoiado pela aversão ao risco entre os investidores globais. Isso limitou as ações dos ursos, mas as chances de uma recuperação confiante por parte dos touros ainda são modestas. Os traders de ouro compartilham a esperança de uma possível fraqueza do dólar no final de 2023 e no início de 2024. Os especialistas do Credit Agricole esperam uma queda de curto prazo no dólar após o Fed entrar "em um ciclo de flexibilização monetária diante de uma iminente recessão nos EUA e menor inflação". Nessa situação, a atratividade do ouro aumentará, destacam os especialistas.
O Credit Agricole também prevê uma alta no preço do ouro para o pico de US$2.050 no primeiro trimestre de 2024. Posteriormente, até o final do segundo trimestre do próximo ano, o metal precioso cairá para US$2.000 por onça. Esse nível permanece como alvo para o ouro até o final do ano, concluem os analistas.