No ano em curso, os bancos centrais e governos dos maiores países do mundo recorreram a medidas sem precedentes de apoio monetário e fiscal, num contexto de pandemia. Os principais beneficiários foram as bolsas de valores.
Em particular, o índice S&P 500 foi capaz não apenas de se recuperar do colapso de março, mas até de crescer para níveis recordes.
Ao mesmo tempo, o dólar americano, cuja oferta de moeda aumentou US $3,5 trilhões desde o início da pandemia, desvalorizou em relação ao euro em cerca de 15%.
De março a dezembro, a moeda única recuperou a maior parte das posições perdidas nos últimos quase dois anos.
O par EUR / USD manteve-se em baixa desde chegar a 1,2500 em fevereiro de 2018. Em março deste ano, atingiu uma baixa de vários anos perto de 1,0650. O crescimento subsequente retornou o par às máximas de abril de 2018 acima de 1.2200.
O euro se tornou uma das moedas mais fortes nas Big Ten deste ano e ainda é procurado por uma série de razões.
Em primeiro lugar, espera-se que a moeda única não beneficie menos do que a libra de um acordo comercial entre a União Europeia no âmbito do Brexit, uma vez que uma ruptura nas negociações prejudicaria a atividade econômica em ambas as regiões.
Em segundo lugar, as medidas de quarentena estritas tomadas pelas autoridades da França, Itália, Espanha e Holanda parecem ter começado a dar frutos na forma de suavizar a curva de incidência COVID-19 nesses países. Uma melhora semelhante na situação epidemiológica pode ser esperada na Alemanha.
"O par EUR / USD superou com confiança a resistência em torno de 1,2000 e parece que vai ganhar um bom suporte para movimentos potenciais em direção a 1,3000 no primeiro trimestre de 2021", disseram estrategistas do Westpac.
"A UE está pronta para implementar seu Fundo de Recuperação. Embora esse processo possa ser demorado, ele apoiará a expansão fiscal nacional e reduzirá a pressão sobre o BCE, além de melhorar as perspectivas do euro, proporcionando maior confiança em toda a região", acrescentaram. .
Os índices de ações dos EUA, em conjunto com os quais o principal par de moedas tem se movimentado recentemente, saltaram na segunda-feira, e o dólar americano protetor estava novamente sob pressão.
Faltam apenas alguns dias para o ano novo e há motivos suficientes para otimismo.
Em particular, o presidente dos EUA, Donald Trump, finalmente assinou a lei para estimular a economia dos EUA.
"A adoção de medidas de assistência financeira nos EUA é um incentivo para quem aposta na queda do dólar", afirmam estrategistas do Banco Mizuho.
Na terça-feira, o índice do USD está sendo negociado perto dos níveis mais baixos em dois anos e meio, tentando formar um suporte em torno de 90 pontos.
O euro está subindo em relação ao dólar, mais confiável, pelo quinto dia consecutivo. Durante este tempo, a taxa de câmbio do euro superou o dólar em 0,6%.
Supõe-se que, no contexto de um calendário econômico quase vazio para a zona do euro nesta semana, a principal par de moedas permanecerá à mercê da dinâmica do dólar e do sentimento de risco.
Na quarta-feira, serão divulgados relatórios sobre a atividade empresarial em Chicago e a balança comercial dos EUA. Na quinta-feira, será publicado um relatório sobre os pedidos de seguro-desemprego no país. Os mercados estarão fechados na sexta-feira para as celebrações da véspera de Ano Novo.