GBP: Muitos preveem que a política monetária permanecerá inalterada, mas o Banco da Inglaterra poderia sinalizar um ajuste se um acordo comercial não fosse alcançado. O banco central aumentou seu programa de compra de títulos pela última vez há seis semanas, mas de acordo com as declarações de Andrew Bailey, ele ainda tem a capacidade de aumentar ainda mais o volume de suas compras de títulos e injetar dinheiro no sistema financeiro. Mas, infelizmente, isso não evitaria longas filas de caminhões se as fronteiras fossem fechadas em 1º de janeiro e um acordo comercial nunca fosse assinado.
No momento, como os bancos centrais de outros países, o Banco da Inglaterra está focado em manter o custo dos empréstimos o mais baixo possível. Sua taxa de juros básica está no mínimo histórico de 0,1%, e o programa de compra de títulos aumentou para £ 895 bilhões ($ 1,2 trilhão).
Em relação ao Brexit, a não conclusão de um acordo de livre comércio significaria a imposição imediata de direitos e controles alfandegários sobre as mercadorias nas fronteiras, o que só vai piorar os componentes econômicos e atingir a cadeia produtiva. De acordo com vários economistas, o fracasso das partes em concluir um acordo comercial levará a uma redução do PIB do Reino Unido em 1,5% em 2021.
Com base nas declarações de Bailey, o primeiro passo que o Banco da Inglaterra poderia dar é aumentar o volume de suas compras de títulos e estender os programas de flexibilização quantitativa. A segunda solução, ainda que teórica, será a introdução de taxas de juro negativas, às quais o banco central não tem pressa em recorrer. Somente uma séria deterioração da atividade econômica pode forçá-la a fazer tais mudanças.
Com relação ao par GBP / USD, os touros da libra estão tem como alvo uma ruptura em 1,3550, já que ir além disso tornará mais fácil para a cotação atingir a 36ª cifra. Mas se houver más notícias no Brexit, o par GBP / USD retornará a 1,3475 e 1,3405. A inação do Banco da Inglaterra também pode colocar alguma pressão sobre a libra, mas é improvável que isso leve a uma grande venda.
EUR: O euro está pronto para atingir uma nova máxima local, especialmente desde ontem, as decisões de política do Fed dos EUA levaram a um fortalecimento temporário do dólar dos EUA, o que alimentou o apetite de risco dos comerciantes.
O Fed manteve as taxas de juros no nível zero e o volume de compras de títulos em US $ 120 bilhões por mês, e projeta que as taxas dos fundos chegarão a 0,1% até o final de 2022. Apenas um chefe do Fed espera um aumento das taxas em 2022, enquanto cinco de seus colegas esperam uma mudança até 2023.
O banco central também anunciou que o PIB dos EUA vai se contrair 2,4% em 2020, mas vai crescer 4,2% em 2021 e 3,2% em 2022. Quanto à taxa de desemprego, o Fed prevê que atingirá cerca de 6,7% em 2020, e depois cairá para 5% em 2021. Então, em 2022, chegará a 4,2%.
O presidente do Fed, Jerome Powell, disse que a atividade econômica continua se recuperando, mas foi o vírus, e não as condições financeiras, que pressionou o setor de serviços. Ele também observou que permanecem dificuldades significativas com a vacina, portanto, o ritmo de melhoria no mercado de trabalho desacelerou seriamente. Powell então enfatizou a importância do apoio fiscal, uma vez que sustentará uma forte dinâmica de crescimento no próximo ano. Segundo ele, a atividade econômica só aumentará se os EUA finalmente alcançarem uma imunidade massiva até meados de 2021. Se necessário, o Fed aumentará seu programa de compra de títulos.
Como todas essas declarações eram bastante esperadas, a demanda pelo dólar norte-americano não durou tanto quanto poderia em outras circunstâncias mais normais.
Portanto, no par EUR / USD, após o rompimento de 1,2165, houve um grande aumento do euro, em direção ao nível-alvo de 1,2250. Alcançar esta área fortalecerá as posições dos touros do euro e permitirá que o par atinja o nível 1,2340. Mas se a cotação ficar abaixo de 1,2160, o euro entrará em colapso para 1,2110 e depois para 1,2060.
Com relação ao estado da economia dos EUA, o relatório publicado pelo IHS Markit confirmou as declarações do Fed de que a atividade econômica está começando a desacelerar nos EUA. A atividade comercial diminuiu em dezembro em meio a um aumento recorde nas infecções por COVID-19. Em particular, o PMI composto saiu em 55,7 pontos, enquanto no mês anterior, o índice estava em 58,6 pontos. No entanto, um valor acima de 50 significa um aumento da atividade.
Já o PMI de Serviços atingiu apenas 55,3 pontos em dezembro, enquanto em novembro estava em 58,4 pontos. Os economistas esperavam que o indicador saísse em 56,5 pontos.
Já o PMI da manufatura atingiu 56,5 pontos, enquanto no mês anterior estava em 56,7 pontos.
Os dados sobre as vendas no varejo dos EUA também indicaram que a economia dos EUA ainda está sofrendo. Seu número caiu 1,1% em novembro, o que sugere que os consumidores americanos estão claramente gastando menos em meio à segunda onda de pandemia.